Brasil planeja retaliação a tarifas de Trump e busca novos mercados

Foto: Roberto Schmidt/AFP

O governo Lula prepara medidas para responder a possíveis tarifas impostas pelos EUA, sob gestão de Donald Trump. A pedido do vice-presidente Geraldo Alckmin, o Ministério do Desenvolvimento mapeia setores vulneráveis, como aço, máquinas, carne e combustíveis, e avalia ações como aumento de impostos, suspensão do regime ex-tarifário e uso de salvaguardas. Apesar da negação oficial da pasta sobre o estudo, Lula já afirmou publicamente que o Brasil adotará reciprocidade caso taxado.

A estratégia inclui ampliar parcerias com países dos Brics, especialmente China, para reduzir dependência dos EUA. Técnicos alertam, porém, que retaliações podem prejudicar a indústria nacional, já que o Brasil importa insumos críticos, como semicondutores e máquinas, dos americanos. Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, ressalta lições do passado: em 2009, retaliações contra os EUA no setor de algodão foram complexas devido à interdependência comercial.

Enquanto Trump mira novos alvos, como a União Europeia, o Brasil acumula déficit comercial de US$ 250 milhões com os EUA (exportações de US$ 40,33 bi e importações de US$ 40,58 bi em 2022). Apesar disso, setores como autopeças e ferro podem ser afetados por medidas protecionistas.

No cenário global, a guerra comercial EUA-China se intensifica, com Pequim retaliando tarifas em áreas estratégicas, como minerais para alta tecnologia. Para o Brasil, a tensão pode abrir oportunidades de exportação para a China, caso Pequim amplie restrições a produtos americanos. A prioridade do governo, no entanto, é evitar protagonismo na mira de Trump enquanto busca fortalecer mercados alternativos.

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